quinta-feira, junho 26

Baixa Reciclagem de Sucata Ferrosa Prejudica Setor de Ferro Velho

A indústria de reciclagem de sucata ferrosa no Brasil enfrenta desafios significativos, com reflexos diretos no setor. 

Dados recentes indicam que apenas 25% da sucata ferrosa disponível é reutilizada na produção de aço, resultando em uma ociosidade de aproximadamente 40% nas empresas processadoras

Em 2022, o país produziu 34 milhões de toneladas de aço bruto, incorporando 8,9 milhões de toneladas de sucata ferrosa. 

No ano seguinte, a produção caiu para 32 milhões de toneladas, com 7,7 milhões de toneladas de sucata reaproveitadas. Essa tendência de baixa reciclabilidade não é recente e tem se acentuado nos últimos anos.

Suelen C. Oliveira, CEO da Aricanga, Ferro Velho em São Paulo, comenta: “A baixa demanda das siderúrgicas por sucata ferrosa impacta diretamente nosso volume de negócios. Estamos operando com menos de 60% da nossa capacidade instalada, o que compromete a sustentabilidade financeira da empresa.”

A escolha das siderúrgicas por matérias-primas virgens, em detrimento da sucata reciclada, é um dos fatores que contribuem para esse cenário. 

Além disso, questões como a dupla tributação e o baixo valor pago aos catadores e processadores agravam a situação.

O Brasil exportou 799.994 toneladas de sucata ferrosa em 2023, mais que o dobro das 356.123 toneladas exportadas em 2018. Esse aumento nas exportações indica uma busca por mercados externos diante da baixa demanda interna.

A cadeia de reciclagem envolve cerca de 5 milhões de pessoas no país, incluindo catadores, depósitos, intermediários, processadores e transportadores. 

Apesar disso, muitos enfrentam dificuldades devido à desvalorização dos preços dos materiais recicláveis e à falta de políticas públicas eficazes.

A recente regulamentação da chamada “Lei Rouanet da Reciclagem” prevê R$ 300 milhões em benefícios tributários para o setor. 

No entanto, especialistas apontam que a medida não contempla toda a cadeia produtiva, deixando de fora empresas processadoras que investem em tecnologia e infraestrutura.

Para reverter esse quadro, é necessário incentivar o uso de sucata ferrosa na produção de aço, valorizar o trabalho dos catadores e processadores e implementar políticas públicas que promovam a sustentabilidade do setor de ferro velho em todo o país

Marcos Moreira
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